5 minutos - José de Alencar (resumo do livro)
Tudo começa quando um rapaz se atrasa 5 minutos e
perde seu ônibus, sem outra escolha ele pega a próxima condução e é nela que
conhece o grande amor da sua vida (suspiro).
Ele entra no ônibus e como de costume vai direto
sentar-se no fundo. Ao olhar para o lado viu um dos cantos
ocupado por um monte de sedas, e logo percebeu que se trava de uma moça, ela
cobria seu rosto com um chapéu de palha e um véu de seda. Ele ficou curioso
para saber quem era a dama, uma pessoa que ele conhecesse talvez. Seu primeiro
cuidado foi ver se conseguia descobrir o rosto e as formas que se escondiam
naquelas nuvens de seda, mas era impossível. O rapaz pode sentir seu braço em contato
suave de um outro braço.
“Pouco e
pouco fui cedendo àquela atração irresistível e reclinando-me insensivelmente;
a pressão tornou-se mais forte; senti o seu ombro tocar de leve o meu peito; e
a minha mão impaciente encontrou uma mãozinha delicada e mimosa, que se deixou
apertar a medo. Assim, fascinado ao mesmo tempo pela minha ilusão e por este
contato voluptuoso, esqueci-me, a ponto que, sem saber o que fazia, inclinei a
cabeça e colei os meus lábios ardentes nesse ombro, que estremecia de emoção.
Ela soltou um grito, que foi tomado naturalmente como susto causado pelos
solavancos do ônibus, e refugiou-se no canto”.
Após ter conversado muito com ela, ela sai e diz
a frase “Non ti scordar di me!” (Não se esqueça de mim), e ela desceu do
ônibus, sem ao menos revelar seu rosto.
E mesmo sem saber se era feia ou não o rapaz sai
a procura dela. Quinze dias se passaram. Ele foi a um baile, e acabou confundindo
a mãe da garota com ela, após ouvir sua voz.
Ele escuta uma conversa da mãe da dama com seu
cavalheiro que disse:
— Ela não gosta de bailes.
— Pois admira, replicou o cavalheiro; na sua
idade!
— Que quer! não acha prazer nestas festas
ruidosas, e nisto mostra bem que é minha filha.
Quando a senhora e o cavalheiro entraram na
saleta e ele ouviu alguém dizer:
— Vamos mamã!
Ele correu,
mas não conseguiu vê-la, decidiu então seguir a velha por onde quer que ela
fosse, pois em algum momento teria que encontrar com sua filha. Quase um mês se
passou e o rapaz acabou se encantando por óperas e teatros, e um dia se
perguntou se aquela moça não os frequentava também, e passou a examinar todos
os camarotes com muita atenção e em uma das noites ele encontrou sua mãe. A
velha estava só na frente do camarote, e de vez em quando se voltava para
trocar uma palavra com alguém sentado no fundo. O rapaz sentiu uma alegria imensa. O camarote ao lado estava vazio, o rapaz
desesperadamente procurou o cambista incumbido de vendê-lo. Seu coração queria
saltar quando abriu a porta do camarote e entrou. Ele não tinha se enganado, junto
da velha viu um chapéu de palha com um véu preto rocegado, que não o deixava
ver o rosto da pessoa a quem pertencia. Ele fez
de tudo para chamar a atenção dela e nada, quando conseguiu se aproximar e
então se declarou ela disse:
— Não saberá nunca o que me fez sofrer.
E saiu deixando um lenço com perfume de sândalo e
todo molhado de lagrimas. No dia seguinte pela manhã ele achou em sua casa uma
carta dizendo para ele esquecê-la. Pegou o cavalo e foi para o Engenho-Velho e
de lá ele foi para a tijuca aonde chegou ao meio-dia, passou nove dias lá, na
tarde do décimo dia ele chegou à cidade, mudou o traje e ia sair, quando um moleque
lhe deu uma carta dizendo que ela partiria no mesmo dia para Petrópolis e
voltava em breve.
A carta tinha
data de 3 e já era 10, havia oito dias que ela já tinha partido para Petrópolis
e que o esperava. Ele partiu para Petrópolis e se hospedou em um hotel,
perguntou ao criado se tinha chegado naqueles dias alguma família, ele disse
que não, só uma senhora e sua filha. O criado
levou o senhor até a casa onde estavam morando.
Ao chegar reparou que as janelas
da casa estavam esclarecidas por uma luz interior. Ela o viu e foram conversar,
após uma longa conversa ela caiu sobre seu seio, agitou-se convulsivamente em
um acesso de tosse. Quando cessou a crise de tosse, eles ficaram muito tempo
imóveis, ela com a fronte apoiada sobre o peito dele. No dia seguinte,
entregaram a ele no hotel uma caixa com duas letras incrustadas: C. L. Quando
ele abriu a caixa tinha duas folhas de papel escritas por ela. A carta dizia
que ela estava doente e por isso ele deveria esquecê-la.
Quando ele terminou de ler a
carta foi para a porta de saída do hotel e encontrou o mesmo criado do dia anterior e perguntou:
— A que horas parte a barca da Estrela?
— Ao meio-dia.
Já eram 11h. Ele tinha que ser o mais rápido possível.
Saiu o mais rápido possível do hotel
quando avistou um homem e seu cavalo, ele comprou o cavalo e foi a galope até o
porto, mas não chegou a tempo.
Um velho já cansado o levou a
cidade com seu pequeno barco. Eram seis horas da tarde quando ele saiu de
Petrópolis em direção à cidade. Depois de horas de viagem, chegou à cidade a
noite. Ao lembrar que já estava no dia 18, e que o paquete devia partir no dia
seguinte. No dia seguinte quando passava diante de Villegaignon, descobriu de
repente o paquete inglês. Carlota estava sentada sob o toldo, com a cabeça
encostada ao ombro de sua mãe, quando viu ele fez um movimento como se quisesse
lançar-se para ele; mas se conteve, sorriu para sua mãe. Trocaram um longo
olhar. O vapor soltou um gemido surdo e depois o paquete sumiu no horizonte.
Ele viveu um mês, contando os
dias, as horas e os minutos. Ele viajou para a Europa em busca de sua amada, e
assim que chegou à ele a viu. Ela estava muito abatida da viagem, depois de
algumas horas ela fazendo um esforço, reclinou-se para ele e apoiou as mãos
sobre o ombro dele. E disse:
— Meu amigo, vou pedir-te uma coisa, a última; tu me prometes
cumprir ?
— Juro
— Daqui a bem pouco tempo... daqui a algumas horas talvez....
Sim!Sinto faltar-me o ar!
— Carlota!...
— Sofres, meu amigo! Ah! Se não fosse isto eu morreria feliz.
— Não fales em morrer!
— Pobre amigo, em que deveria falar então ? Na vida? ...
Mas não vês que minha vida e apenas um sopro ...Um instante que
breve terá passado?
— Tu te iludes,minha Carlota.
— Escuta;quando sentires a minha mão gelada, quando palpitações do
meu coração cessarem, prometes receber nos lábios a minha alma?
— Meu Deus!...
— Prometes?Sim? ...
— Sim.
— Agora!
Ele apertou o peito dela e a
beija. Era o primeiro beijo do amor deles.
Desde
esse dia foi pouco a pouco ganhando forças e a saúde. E o medico disse
que foi a viagem que tinha sido o único remédio. Casaram-se em Florença na
igreja de Santa Maria Novella. Percorreram a Alemanha, a França, a Itália e a
Grécia e passaram um ano numa vida errante e nômade.
Espero que tenham gostado. Conto com a participação de vocês com comentários, sugestões e até mesmo críticas, desde que sejam construtivas.
Carol
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